
A leitura é exercício que atende ao desejo, ainda que irrefletido, do conhecimento de si mesmo. Cada personagem elaborado pelo autor preferido é ser cujos aspectos são passíveis de identidade, de modo a expressar, dos gestos ao pensamento, características peculiares a cada leitor que se reconhece na personalidade ficcional. Assim, o hábito de ler, a que se dedica sem esforço o leitor contumaz, é exame silente de sua (do leitor) própria personalidade, decifrada ao longo do fluxo narrativo, o que projeta a leitura habitual do modesto contexto das atividades lúdicas ao excepcional universo dos recursos emuladores do progresso humano.
Sem comentários:
Enviar um comentário