domingo, setembro 16, 2012

La cita II
- Ah, los brazos, también me duelen los dos.
- Pero, la mano...
- Me duelen las manos, los codos y el hombro izquierdo más que el derecho...
- ¿Y cómo te sientes precisamente?
- Me siento un poco mareado, quizá sea la fiebre que me costumbra afligir, y sin duda estoy exhausto.
- Pero, los pies...
- Me duelen los pies horrores, sin embargo menos que los tobillos y las piernas que, estas sí, sólo no duolen más que la tripa e la cabeza juntas.
- ¿El corazón?
- Este no lo siento.
- ¡La pucha, chico! Casi que me pusiste preocupado.   

quinta-feira, setembro 06, 2012


La cita
- Sí, me duele la espalda...
- Y toses a menudo?
- Solo cuando me duele la garganta.
- Te duele la garaganta, ahora?
- No... cof, cof, cof, cof, cof, cof, cof... ¡Sí, barbaridad!

sábado, novembro 05, 2011

Em nome dos artistas
Quando se fala de arte, a primeira coisa que nos ocorre, e antes de qualquer juízo, qual intuição imediata, diz com o belo, com o sentimento inato de harmonia imperecível. Se bem que essa mesma arte, percebida à fortuna da sensibilidade mais ou menos experimentada, é expressa de uma maneira que parece contrariar àquela primeira idéia, indissociável à beleza. E não é de agora. Muito antes de Duchamp e o conceito libertador, os primeiros “artistas” pré-colombianos esculpiam crânios de cristais de quartzo, quando não pintavam murais para registro de um ritual abominável. Mas, dirão, eles não conheceram os gregos e seu fascínio pela beleza; por outro lado, já nos convencemos de que tal idéia do belo é apenas isso, uma invenção, uma mentira para fazer suportáveis os percalços atinentes à condição humana, como queria Nietzsche. Tiramos o olhar um tanto perdido, perscrutador das hostes celestiais, do universo de fascínio insondável, e o redirecionamos à dor de um momento, à fugacidade do agora que grita de urgência. E foi acercado de tais cogitações, mas não tão prevenido, que me deparei com uma vaca partida ao meio em dois tanques cheios de formaldeído com seu filhote em igual condição. Trata-se da obra Mother and Child  Divided, do inglês Damien Hirst, exposta na mostra Em Nome dos Artistas, no prédio da Fundação Bienal, em São Paulo. Quem for à amostra até o dia 04 de dezembro, verá os grandes nomes dessa (nova?) arte cansada do lirismo anacrônico e que, não raro, constrange-nos à reação adormecida. Ah, não deixem de mover os quadros e olhar pelos buracos na instalação In The Future Everything Will be Chrome, de Rirkrit Tiravanija, é mais assustador que a vaca de Hirst.

terça-feira, novembro 01, 2011


A música. Das artes, o grande catalisador de sentimentos. Sentimentos que podem transitar do êxtase mais sublime aos impulsos miseravelmente primitivos. Ao ouvir Rachmaninoff tenho dificuldade em dimensionar o abismo, temo intransponível, que separa sua obra de rara genialidade dos movimentos de acanhado esforço, cujos frutos ressentem as limitações da via degenerada. Admito a irrelevância que assombra tais comparações, até porque despreza os estados evolutivos que afetam o contínuo refinamento dos sentidos e dos sentimentos, da técnica e do raciocínio. Mas, e eis a questão que insiste nota, como não se constranger diante dos arremedos que, disfarçados de arte, assomam por toda a parte quais pantomimas de remota inteligência? Como se resignar ante manifestações burlescas onde demora a humanidade no ancestral jogo das recompensas parasitas?                  

segunda-feira, outubro 24, 2011

Eis aqui o vídeo que faz parte da divulgação da ópera contemporânea Two Boys, do jovem compositor norte-americano Nico Muhly; vídeo que traduz um pouco - porque há neuroses insondáveis - o meu desconforto em participar das redes sociais. 

domingo, outubro 23, 2011

"Senta", "senta", bradava um homem enquanto latia o seu cão, numa comovente cena de mútuo aprendizado. 

domingo, outubro 09, 2011

Se a questão houvesse, poucos fazem esse tipo de pergunta é bem verdade, sobre qual livro me retribuiu com algum prazer, O Castelo, de Franz Kafka, dificilmente emergiria eleito de minhas recordações. Borges em sua “aula” (Borges, Oral & Siete Noches) dedicada ao livro, fala desse atributo indissociável à leitura, da felicidade, do prazer ainda que lânguido que o leitor deve experimentar ao longo das páginas, de tal modo fracassa o escritor da obra que exige esforço. Mas de que tipo de prazer estamos falando? Poderia arriscar, de modo levianamente arbitrário, a felicidade obtida seja pelas faculdades intelectivas que mesmo e mediante operações de insondável abstração, destilam de um quadro suprematista sincero interesse; seja também pelo arrebatamento, pela comoção instantânea diante do objeto artístico que nos faz supor faculdades supra-racionais. Kafka não parece preocupado com o prazer, em agradar, mas conduzir quem o lê a perspectivas negligenciadas, porque hostis, da existência. Ele nos abre as portas de recônditos segredos de uma humanidade fugidia e atemporal (incorrigível); devassa os porões velados das artimanhas simuladas de pudor, os escaninhos das neuroses, das fragilidades invencíveis. E isso, aparentemente, não traz motivo algum de alegria, não fosse, e essa é a razão que às vezes supera o sentimento, a experiência que se consolidará em aprendizado. Se bem que os caminhos da razão ou do sentimento não tardam à convergência, de tal modo são indissociáveis em seu resultado, pois todo o conhecimento perseguido envolve alguma satisfação ou contrariedade. É um livro para curiosos O Castelo, para aqueles que se ocupam não da película baça da aparência, da superfície perecível, mas dos subterrâneos, das fendas abissais onde os homens se escondem e a seus segredos.