sábado, agosto 28, 2010
segunda-feira, agosto 23, 2010
domingo, agosto 22, 2010
domingo, agosto 15, 2010
Shakespeare: o mundo é um palco: uma biografia, Cia. das Letras, de Bill Bryson, é, antes, uma esforçada crônica da Inglaterra elisabetana que um tratado biográfico. O próprio autor em vários momentos parece se escusar pela empresa modesta, quando alega, por exemplo, a escassez de documentos que auxiliem a elucidação da vida do poeta. De tal modo, há um vasto número de curiosas observações de natureza histórica que, aliadas a outras tantas conjecturas, ajudam a tecer o contexto em que Shakespeare vivia, sem, contudo, desvendar sua intimidade.
Ficamos sabendo dos excessos a que eram submetidos os estudantes londrinos, que tinham que decorar as mais de 150 maneiras diferentes de se dizer “obrigado por sua carta”, em latim. Conhecemos as excêntricas golas picadilly, a dieta de pão preto e queijo seguida pela frugalidade inglesa do século XVII, ou, ainda, do bizarro clareamento de pele provocado pelo composto de enxofre e chumbo que as mulheres passavam no corpo como medida de embelezamento. Enfim, é mais um livro de cansativas especulações, como, aliás, qualquer outra obra que pretenda discorrer sobre a vida do bardo, quem parece haver, premeditadamente(!), cuidado de se preservar da posteridade implacável. Quem sabe...? Seja como for, ficamos com o melhor, e o que diz ao artista, sem dúvida, é sua arte.
sexta-feira, agosto 13, 2010
Bill Evans (piano), Eddie Gomez (contrabaixo) e Alex Riel (bateria).
Quem já teve a oportunidade de assistir a performance de um conjunto jazzístico, talvez também haja observado a satisfação que parece fluir de cada músico que, nesse caso, deixa de lado a máscara austera das orquestras de ofício, para se dedicarem de alma a um prazer, ainda que tão intimamente sentido, contagiante.
Se a verdade é atributo da música, começaria a identificá-la no trio de jazz, por exemplo, pois que seu bom desempenho não prescinde da cumplicidade avessa à dissimulação comezinha.
Não se iludam os precipitados que torcem o bico à eventual audição do jazz, pois é música que não vai ao coração sem antes passar (e repassar) pelo cérebro.
domingo, agosto 08, 2010

A leitura é exercício que atende ao desejo, ainda que irrefletido, do conhecimento de si mesmo. Cada personagem elaborado pelo autor preferido é ser cujos aspectos são passíveis de identidade, de modo a expressar, dos gestos ao pensamento, características peculiares a cada leitor que se reconhece na personalidade ficcional. Assim, o hábito de ler, a que se dedica sem esforço o leitor contumaz, é exame silente de sua (do leitor) própria personalidade, decifrada ao longo do fluxo narrativo, o que projeta a leitura habitual do modesto contexto das atividades lúdicas ao excepcional universo dos recursos emuladores do progresso humano.
quarta-feira, agosto 04, 2010
Em um filme, pouco importa a história, contanto quem a narre o faça sob os auspícios da melhor arte. Esta confiará ao artista comprometido os recessos da beleza, corolário do ato criador, cuja obra ignora o tempo, atravessando-o incólume, qual verdade imorredoura.
domingo, agosto 01, 2010
