domingo, agosto 21, 2011


"Tatyana", Cia. Deborah Colker. Foto, Agência Espetaculum 
Fui assistir ao Tatyana, o novo espetáculo da Cia Deborah Colker de dança, no teatro Tobias Barreto, em Aracaju. Ver um espetáculo desses em uma pequena cidade nordestina, conquanto uma capital, traz junto uma sensação de algo insólito, efêmero, como se se fosse perder a qualquer momento. Dividido em dois atos, o espetáculo se pauta numa história de Pushkin, história de amor não correspondido, fadado, portanto, à tragédia. Presa à narrativa, a primeira parte parece não fluir bem, há mesmo algo de trivial de que a dança contemporânea já está cansada. Mas o segundo ato é outra história. Agora, sem as traquitanas ao estilo Deborah Colker, a atmosfera é de sonho. Rachmaninoff e corpos que finalmente cedem às inclinações mais profundas do espírito afeto à liberdade. Um sonho que, por genuíno, não estranha a confluência do passado e do presente, com feixes luminosos projetados em películas (espécies de filtros) que, por sua vez, remetiam as cenas a um passado remoto, qual daguerreótipo. 

Sem comentários: