segunda-feira, outubro 08, 2007

Com certeza!

Somos prisioneiros dos nossos sonhos. Vivemos, assim, o paradoxo segundo o que somos cativos de nossas próprias utopias. Ou, em outras palavras, não experimentamos a liberdade sem transcender. Se bem que essa aparente controvérsia (como toda controvérsia, aparente) cai por terra ao notarmos a fonte dos sonhos, a mente humana que de tão humana suspeita, sempre, algo além, algo fora, na inquietude do insatisfeito, do sonhador. O sonhador é um insatisfeito, pois, que se rebela contra a realidade imperfeita. Daí a única certeza, a realidade é precária e carece de reparos os quais não se conseguem senão no instante de uma idéia. A realidade não é auto-explicativa, a realidade é uma versão. É dessa versão que estamos irremediavelmente cativos. Entenda-se, no entanto, que tal versão das coisas é ato criativo que, por sua vez, é expressão da liberdade.
A certeza é a ignorância do futuro e o esquecimento do passado. É o grito do tolo, o silêncio do sábio. A certeza é a maior das ficções.

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