segunda-feira, outubro 08, 2007

Tiens! Todos me recomendaram, “vai lá, assista, você vai adorar...”, e fui, livre de maior cautela e prevenções, fui ao cinecultura assistir ao Paris, Je t’aime. As 18 histórias não contavam, como supunha, as relações de personagens franceses ou estrangeiros com a cidade, mas dramas humanos que, de ordinário, dispensariam qualquer referência espacial. Ah, mas Paris... Tudo bem! Poderia falar dos senões, dos vampiros filme B em “Quartier de la Madelleine”, do empertigado vendedor de cosmético capilar em “Porte de Choisy” - um tanto hermético -, ou da precária tentativa dos idealizadores em estabelecer relação entre os curtas... mas como ignorar a estranha sensação de leveza e mesmo, por que não?, de entusiasmo que se nos assalta ao fim da sessão, oh, onde você estava? Francine, Francine...Francine e seu Thomas flash back a la Corra, Lola, Corra. É, temos medo de atrizes! Ademais, os estrangeiros. Na sua maioria, estrangeiros em terra estranha – não os encare que é perigoso. Aí sim, poucas cidades servem tão bem à condição alienígena que a Paris arredia e ensimesmada, cada vez mais fechada em sua filosofia ranzinza. É medo. Que melhor lugar para se sentir estrangeiro! Que melhor lugar Carol? Carol tão americana com sua pochette cingida às adiposidades abdominais, tão só, tão lúcida. Carol que, finalmente, nos fala, com seu francês sumário, desse amor inexplicável que a cidade inspira. Recomendo.

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