quarta-feira, setembro 15, 2010

Excerto recolhido de velha dedicatória escrita no frontispício de uma edição espanhola de Os Irmãos Karamazov, oferecida à senhorita T.
Amor! Confesso a estranheza do vocativo a que tantos devotam à dor. Então, não seria amor, pois não me aflige o peito, tampouco o sono me abandona o leito, por te adivinhar, quem sabe, no sonho acolhedor. E se te penso, quede a angústia, o pavor que a perda assola? O golpe sorrateiro, onde?, que consome dia afora. Talvez, não ame, enfim, e dócil apenas abrace o destino, seguro de que o próximo passo, eis que não mais sozinho, será o mais importante, pois ao teu lado.

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