domingo, novembro 21, 2010

Semana passada, assisti ao espetáculo Lanternas Vermelhas, do magnífico Balé Nacional da China, o que me fez tomar algumas decisões. Uma delas, única a que dedicarei comentário aqui, diz respeito aos eventos amadores. Não os assistirei mais, pelo menos àqueles produzidos e executados por companhias que se autointitulam amadoras. Não, isso é preguiça disfarçada de honestidade, de tal modo a transigência deve ter limite se se deseja o franco progresso ao mundo. O amadorismo é estado transitório, que precede o pleno domínio da técnica e da compreensão da arte, o que só o estudo devotado e o indispensável talento podem garantir. Pensar em atividade amadora e indiferente ao aprimoramento necessário à manifestação das potências inesgotáveis da arte, da grande arte, seria um retrocesso aos arcanos de ritos ancestrais, assombrados pela ingerência estéril que se satisfaz com a mera reprodução estagnada. O destino da arte está com a função que a legitima qual adjutório ao refinamento humano e é imperioso que cada um auxilie no seu aperfeiçoamento, caso contrário, penso, legaremos às gerações futuras o convívio lastimável com práticas assustadoramente primitivas que nos detêm na precariedade animal.

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