segunda-feira, novembro 19, 2007

Amambai, MS, 1987
Havia há muito, não falava mais com seu amigo imaginário. Não fosse os dias chuvosos, sequer o lembraria. Mas, quando a chuva, evocava, qual lembrança remota, sua presença silenciosa e cúmplice. Às vezes, inventava saudades e corria ao auto posto mais próximo para uma ducha rápida.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Local newspaper, Cunnecticut, 2005
Durante a primavera, George M., aposentado de 78 anos, gostava de passar as tardes amenas de New Haven avaliando, descalço e apenas de cueca, seu novo porcelanato. Ficava assim todo o tempo a procurar uma reunião de formigas pretas, sobre as quais debruçava toda atenção. Às vezes, parava curioso a dois centímetros dos artrópodes e proferia gravemente Abraããão...! Alegrava-se quando as via atordoadas ao sopro quente e repentino. À noite, sonhava com mariscos.

domingo, novembro 04, 2007


Por um momento, pensei-me diante das três sereias dos Coen, lembram?, em E aí, meu irmão, cadê você? E não bastasse fossem belas, o que é um perigo à integridade intelectiva, cantavam daquela forma delicada e intuitiva, como se não pretendessem muito, com seus tecladinhos e sintetizadores....já estava hipnotizado. Elas não são do Mississipi, tampouco de um lugar ermo do Adriático, mas do Brooklin. É, tem um pouco de frio, de neve, em suas melodias que contrasta com algo otimista nas letras. Au Revoir Simone é música pra o dia-a-dia, pra se preparar o café, pra tomar banho, pra dirigir, namorar, passar pela porta giratória do banco... Au Revoir Simone!

sexta-feira, novembro 02, 2007

Seu gesto surpreendia porque em silêncio. Apesar dos cinco andares, percebeu-se ainda vivo e, batendo todo o pó que restava, correu ao primeiro ônibus. Era ainda muito otimista.